O Brasil feito por brasileiros


0767ae7125d0f28b39157a8cde99a159Todos têm direito de ter a sua orientação sexual. E por que esses não poderiam pedir ajuda no sentido de se reafirmar nessa escolha ou para mudá-la? Abaixo a ditadura das limitações dos nossos direitos.
Por: Leonardo Girundi

O momento brasileiro é histórico. Nunca vimos tantas manifestações em tantos lugares. De repente, todos resolveram demonstrar a sua insatisfação com o governo, com o Legislativo, com a corrupção, com poder. De acordo com Ulisses Guimarães, “político tem medo do povo nas ruas”. E os resultados começam a aparecer. O valor da passagem reduziu. A PEC 37 foi arquivada sem qualquer discussão. O projeto de lei que colocava a corrupção como crime hediondo foi aprovado em menos de dez minutos depois de dois anos na gaveta do Senado. O Supremo determinou e expediu a ordem de prisão para o deputado federal (PMDB – RO) Natan Donadon, o que pela primeira vez acontece na história do nosso país. Nunca um deputado eleito e em exercício recebeu uma ordem dessas. No mesmo dia, a Câmara iniciou os trabalhos para cassação do mandato do mesmo e, ainda, o PMDB expulsou o deputado dos seus quadros. A presidente se pronunciou duas vezes tentando acalmar os manifestantes, se reuniu com o presidente do Conselho Federal da OAB, com ministros, governadores e prefeitos, mudou a sua agenda buscando uma resposta. E, apesar disso, em apenas três semanas, a popularidade dela despencou. O que também afetou o nome de Lula, que, inclusive, sumiu. Ninguém sabe, ninguém viu! E tem muito mais a caminho. E se o provérbio descreve que “o diabo mora nos detalhes”, temos que lembrar que um dos riscos de um movimento sem líderes é a ausência de uma pauta definida, sólida e discutida. Isso mesmo, de pedir o que não deveria ser pedido. Por exemplo, na semana passada, escrevi que era favorável a PEC 37, aquela que alguém deu o nome de PEC da Impunidade, só para não ressaltar o real nome que seria de PEC da legalidade. Investigação criminal é função da polícia e a função do Ministério Público é de acusar. E, sem conhecer sobre o tema, o povo pediu uma coisa que não tem efeito técnico e não muda nada, pois a constituição continua determinando que a investigação criminal seja feita pela polícia.
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Escrevi tudo isso para chamar a sua atenção para o projeto de lei, maldosamente, denominado de “cura gay”. Maldosamente por que, se tem uma coisa que os psicólogos não se propõem, é em curar alguém. Sabia pouco sobre o assunto e aí resolvi estudar para definir minha posição. E, se você quer saber, sou totalmente a favor do projeto de lei e mais, acho que todos deveriam ser também. Vamos por parte, você vai entender. Há alguns anos, o Conselho Federal de Psicologia determinou: “Art. 3º – Os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreçam patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados. Parágrafo único – Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades. Art. 4º – Os psicólogos não se pronunciarão e nem participarão de pronunciamentos públicos nos meios de comunicação de massa de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica”. O que aconteceu foi uma limitação profissional e de opinião dos psicólogos, o que é um absurdo. O projeto de agora é simplesmente para sustar os efeitos da resolução acima descrita. Todos têm direito de ter a sua orientação sexual. E por que esses não poderiam pedir ajuda no sentido de se reafirmar nessa escolha ou para mudá-la? Abaixo a ditadura das limitações dos nossos direitos.
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