Lula sanciona lei de presunção da paternidade


30/07/2009 - 19h53 ( - G1)

O presidente Lula sancionou nesta quinta-feira (30) lei que estabelece a presunção de paternidade nos casos em que o suposto pai se recusar a fazer o exame de DNA.

"A recusa do réu em se submeter ao exame do código genético (DNA) gerará a presunção da paternidade a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório", diz o parágrafo que estabelece a presunção.

A nova lei prevê ainda que "na ação de investigação de paternidade, todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, serão hábeis para provar a verdade dos fatos".

A presunção de paternidade em caso de recusa do exame já era praxe em decisões judiciais. Em maio, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) passou a usar o mesmo raciocínio para a mãe que se recusa a submeter o filho ao exame. Na ocasião, o tribunal decidiu que o reconhecimento de paternidade será negado quando a mãe não aceitar colher o material genético da criança.

Baile Black "Olhos Negros" Cachoeira



A cidade histórica de Cachoeira situada no recôncavo baiano a 116Km de Salvador será palco do BAILE BLACK “Olhos Negros” CACHOEIRA.

No dia 15 de Agosto às 21h sábado do ano em curso acontecerá o 1° baile black do recôncavo baiano que tem em seu programático em especial a comemoração do “AGOSTO NEGRO” que surgiu na cidade da Califórnia, Estados Unidos na década de 70, e ficou sendo o mês de grande significado para a cultura negra e suas representações em todo mundo dando abertura para novas vertentes e subvertentes culturais.

O evento busca o resgate e fortalecimento da black music da década de 70 e 80 pelas cidades do recôncavo baiano com uma nova roupagem do século XXI contando com uma diversidade cultural na cena black com exposição de artesanato, grafite ao vivo, entrevista com figuras locais e muita black music nos estilos (Black’70, Raggaeton, Hip-Hop, Rap - Nacional, Ragtime, Dance hall / Reggae/ Música Brasileira (samba, bossa nova, maracatu, nova MPB, Rhythm and-blues R&B, Funk e soul) nas pick-ups dos DJs. Branco, apresentador do programa Evolução Hip-Hop da Rádio Educadora FM 107,5 / DJ. Leandro, sócio do freedom soul, principal estúdio especializado na música rap em Salvador / Dj. Gug, que fez parte da ONG Eletrocooperativa e hoje comanda nas pick ups do grupo musical Versu 2 e fechando a grade de atrações o DJ. Eletro Sammy, radialista e filho ilustre de Cachoeira estará firmando sua participação especial no melhor estilo cachoerano.

Pensado e organizado pela Uns Negros grupos de amigos amantes e admiradores dos bailes e festas black na Bahia, aposta na interatividade e diversidade cultural do evento para galgar eventos futuros.


DADOS GERAIS DO BAILE:

DATA: 15 DE AGOSTO DE 2009

HORÁRIO: DAS 21 ÀS 05 DA MANHÃ

NOME DO EVENTO: BAILE BLACK “OLHOS NEGROS” CACHOEIRA

ONDE: CLUBE BALNEÁRIO

END: RUA DR° VACAREZA, PITANGA DE CIMA S/N°

PONTO DE REFERÊNCIA: PRÓXIMO A ENTRADA DA CIDADE DE CACHOEIRA

VALOR DE ACESSO: R$ 7, REAIS (antecipado)

PONTO DE VENDAS:

· NÚCLEO UNS NEGROS CACHOEIRA (75) 3425-1296 / 8109-9019 / 8155-0227 / 8112-5002 / (71) 8704-2162

· NÚCLEO UNS NEGROS SALVADOR (71) 3314-9272 / 8202-4367 / 8850-5304

JONNEI MORAES
E-mail: jonneimoraes-unsnegros@hotmail.com

Mulheres negras destacam luta pelo fim do racismo e sexismo



No Dia Internacional da Mulher Afro-latino-americana e Afro-caribenha, comemorado neste 25 de Julho, redes e articulações de mulheres negras apontam as conquistas e os marcos da luta contra o racismo e sexismo. “Vivemos em desigualdade. Nossos desafios como movimento de mulheres negras podem ser considerados pequenos em relação à luta que travamos na vida diária contra o racismo, o sexismo e o processo de exclusão social”, avalia Lúcia Xavier, da Articulação de Mulheres Negras Brasileiras.



Para ela, a data, que surgiu há 17 anos durante o 1o Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, realizado en San Domingo, na República Dominicana, é um momento de avaliação das condições de vida das mulheres negras. “Temos direito a uma vida plena, a viver numa democracia inclusiva e ter uma agenda de direitos sociais, como expressão e reconhecimento pelo que somos e realizamos. A sociedade precisa mudar”, alerta a ativista.


Para Lúcia Xavier, o 25 de Julho visibiliza as mulheres negras para todos os setores da sociedade e traz à tona identidades e patrimônios diluídos pela ação do racismo e do sexismo. “É uma data política que evidencia a construção coletiva internacional e o patrimônio das mulheres negras na diáspora. Religamos os vínculos e as alianças temporariamente rompidas pela escravidão. Isso nos possibilita um espaço de conforto para nossas aspirações e a valorização das vitórias alcançadas, dos direitos conquistados e da nossa existência como mulheres negras”, reflete.


No mesmo ano de 1992 em que foi criada a data comemorativa, foi constituída a Rede de Mulheres Afro-latino-americanas, Afro-caribenhas e da Diáspora. A Rede promove o fortalecimento das organizações e movimentos de mulheres negras. Dorotea Wilson, membro da entidade, diz que “visibilizamos a situação das mulheres negras, denunciamos a exclusão e formulamos propostas de políticas públicas que devem ser assumidas por Estados e organismos internacionais.”

Na articulação para o combate ao racismo, a Rede destaca as alianças estratégicas com outros movimentos sociais, a implementação do Plano de Ação de Durban e o aumento da participação da juventude no movimento de mulheres negras. “Estamos impulsionando o processo de articulação para a execução do Plano de Durban, a inclusão da variável étnico-racial nos censos de 2010 e a construção da Convenção Interamericana contra a Discriminação Racial e Toda Forma de Intolerância, na Organização dos Estados Americanos”, complementa Dorotea.

Herança africana


Com as primeiras organizações de mulheres negras formadas nos anos 1980, o movimento conquistou importantes espaços institucionais de interlocução e negociação. “Nós, mulheres negras, colocamos o tema dos afrodescendentes e das mulheres afrodescendentes na agenda regional e nacional. Temos uma articulação sólida que dialoga com diferentes redes e organizações de mulheres, organizações sociais, governos e a institucionalidade intergovernamental”, destaca Epsy Campbell, integrante do Grupo de Trabalho, Técnico e Político Afrodescendente para os Censos de 2010.


A ativista aponta como desafios do movimento de mulheres negras a inserção da luta contra o racismo como eixo estrutural da agenda feminista e o aporte institucional e financeiro para enfrentamento das desigualdades de raça e gênero. “Herdamos a força milenar de nossas guerreiras ancestrais e transformamos os obstáculos em oportunidades e avanços para a humanidade”, considera Epsy Campbell.


De Brasília
Com informações da UNIFEM

BRADAN - CUFA

Semana dedicada à cultura hip hop


Rachel Sciré
do Agora

De hoje a sexta-feira, a Ação Educativa e diferentes coletivos promovem a 9ª Semana do Hip Hop. A programação inclui campeonato de basquete de rua, oficinas, curso de produção musical, sessões de diálogo, mostra de filmes e apresentações artísticas. As atividades estarão espalhadas pela região central da cidade, entre a sede da Ação Educativa, a biblioteca infantil Monteiro Lobato e o Sesc Consolação.

"Para o movimento hip hop, o evento é importante porque consegue trazer as manifestações de diferentes grupos e criar um diálogo entre os que perpetuam essa cultura", diz Gildean "Panikinho" Silva, curador do evento. O tema "Subjetividades e Suas Resignificações" será abordado nesta edição. "Não falamos mais que a Semana realiza debates porque o nosso interesse não é promover controvérsia, disputa ou divergência entre os participantes", conta o curador.

Programação completa no site www.acaoeducativa.org.br

Shows em Ribeirão Pires
O 5º Festival do Chocolate de Ribeirão Pires continua até o próximo dia 9. Na programação estão Fábio Jr. na quinta; Gian & Giovani na sexta; Falamansa no sábado; e Fernando & Sorocaba no domingo.

De sexta a domingo, a partir das 18h (shows às 20h). No Ribeirão Pires Futebol Clube (av. Brasil, 330, centro, Ribeirão Pires, tel. 0/xx/11 4003-2245). R$ 10. Livre.

Sábado com samba-rock
Sábado é dia de balançar na festa "Let's Groove". As bandas Clube do Balanço, de Marco Mattoli, e Os Opalas animarão a pista do Aldeia Turiassú com sucessos do samba-rock como "Bebel" e "Saudade da Minha Preta".

Sábado, a partir das 22h. No Aldeia Turiassú (r. Turiaçu, 928, Perdizes, tel. 0/xx/11 2935-4770). R$ 20 (mulher) e R$ 25 (homem). 18 anos.

Música brasileira em destaque
Os cantores Andreia Dias e Luiz Melodia participam do show de André Bedurê e Elaine Guimarães nesta quinta. A apresentação é parte do projeto Rota de Lançamento, que reúne novos nomes da música nacional e trabalhos de artistas já consagrados.

Quinta, às 21h. No Sesc Santana (av. Luiz Dumont Villares, 579, Santana, tel. 0/xx/11 2971-8700). De R$ 2,50 a R$ 10. 12 anos.

Os sucessos de Zeca Baleiro
Zeca Baleiro faz uma retrospectiva de sua carreira cantando seus grandes sucessos no HSBC Brasil nesta sexta. O repertório inclui releituras de canções como "Telegrama", "Meu Amor Meu Bem me Ame" e "Quase Nada".

Sexta, às 22h. No HSBC Brasil (r. Bragança Paulista, 1.281, Chácara Santo Antônio, tel. 0/xx/11 2163-2084). De R$ 60 a R$ 200. 18 anos.

Índice

Começa hoje semana do hip hop com oficinas em SP



SÃO PAULO - Hip hop, na tradução literal, quer dizer ''sacodir os quadris''. Mas hoje, o movimento urbano se expandiu a diversas áreas de expressão, já enraizadas nas periferias. Mapear e promover quem participa ativamente dele é a proposta da Semana Cultural Hip Hop, que começa hoje e se estende até sexta-feira na cidade de São Paulo.

A atração, que chega à nona edição este ano, oferece gratuitamente ao público oficinas de grafite, dança, rap (workshops de MCs e DJs) e basquete de rua, além de uma mostra de filmes, mesas de debate, bailes e uma série de apresentações. "Nosso interesse é mostrar quem produz essa cultura periférica e o que ela propõe", conta o curador do evento Gildean Silva, 36 anos, conhecido como MC Panikinho.

"Nossos artistas não estão em ascensão, não aparecem na mídia, mas são pessoas em quem a comunidade acredita", diz ele. Este ano, o evento trouxe, em parceria com o Centro Cultural da Espanha, o rapper El Chojin.
À frente da oficina de grafite, Renata Santos, 32 anos, vive da arte há 10 anos e vai apresentar ao público os primeiros fundamentos do grafite. Esta edição quer destacar o papel das mulheres no movimento, e Renata é uma delas. Já o ex-jogador federado Eduardo José Barbosa, 38 anos, o Bob do basquete, é quem comanda a atração esportiva. B.boy - sigla que significa ?breakboy? (?garoto que dança break?) Jeff, de 29 anos, vai ensinar passos de dança e montar, ao longo da semana, uma pequena coreografia. Programação completa no site: www.acaoeducativa.org.br. As informações são do Jornal da Tarde.

Semana Cultural Hip Hop. De 27 a 31 /07. Ação Educativa. Rua General Jardim, 660, Vila Buarque. Tel (011) 3151-2333. Oficinas diárias: dança e DJ/MC das 15h às 17h, e mostras de filmes, das 17h às 18h30.

Sesc Consolação. Rua Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque. Tel (011) 3234-3000. Oficinas diárias: produção musical, das 15h às 17h.


Biblioteca Monteiro Lobato. Rua General Jardim, 485, Vila Buarque. Tel (011) 3256-4438. Oficinas diárias: basquete, das 14h às 17h e grafite, 15h às 17h

MV Bill : Rapper estreia como ator no cinema


Entre os livros que MV Bill lançou, um chamou a atenção da cineasta Sandra Werneck. Trata-se de “Falcão – Mulheres no Tráfico”, uma continuação dos trabalhos anteriores.

Diretora de “Cazuza – O Tempo não Para”, Sandra convidou o rapper para atuar em seu novo longa-metragem, “Sonhos Roubados”. O filme, a exemplo do livro, tenta mostrar a questão da violência na favela pela ótica feminina, entre prostituição, gravidez precoce e violência doméstica. Será a estreia de MV Bill como ator. “É o primeiro filme que traz esse lado feminino, e como eu lancei o ‘Mulheres no Tráfico’, ela me convidou”, conta.

O filme deve estrear ainda neste segundo semestre. “Trocamos muitas ideias. Quando eu vi que a visão dela para o filme era de algo maior, com muito caráter social, me senti ainda mais à vontade pra contribuir”, conta o rapper. (IC)

MV Bill : Militância musical e social

Hip Hop. Cantor, produtor e escritor, MV Bill fala sobre a carreira, o trabalho social e explica porque diz não à política

Igor Costoli
Especial para O Tempo

Há 11 anos, MV Bill lançava seu primeiro álbum, "Traficando Informação", em uma época especial para o rap brasileiro. "A cena dos anos 90 foi um momento em que o rap nacional ganhou o Brasil de forma definitiva", lembra.

O discurso político e social permanece atual, mas amadureceu muito, nas palavras do próprio rapper. "O ‘Traficando’ traz músicas que eu preparei a vida inteira. Nele, eu é que não tinha oportunidade, amplificação da voz, encontrava as portas sempre fechadas", explica. "Hoje não posso mais ser o ‘reclamão’. Tenho que propor soluções", afirma.

Bill se refere ao que ele chama de retrocesso no hip hop brasileiro. "Deu uma estagnada em 2002 e 2003, porque se criou uma linguagem viciada, todos imitavam o que deu certo. Muitos grupos acham que quanto mais marginal, mais pinta de criminoso, melhor. Eu já falei muito de crime, mas isso não é base para o sucesso nem para uma boa música. Tem uma molecada confundindo isso, e isso é ruim", explica.

Situação parecida passa o hip hop norte-americano, em que a denúncia e o protesto perderam espaço para letras que falam de dinheiro, mulheres e violência. "Os norte-americanos entraram nessa. Quando começou o rap de putaria, de sacanagem, aí eles falaram pra maioria", diz.

Mas, segundo o rapper, não há motivo para desânimo. "A verdadeira semente do hip hop está plantada no mundo inteiro. Em todo lugar onde há gente sofrendo racismo na pele, haverá um bom hip hop", afirma. Segundo ele, também há o que comemorar no rap brasileiro. "De 2008 pra cá, a fórmula voltou a se renovar. Surgiram grupos com seu sotaque, sua regionalidade e, principalmente, com originalidade". Dentre os novos e bons nomes do rap nacional, ele destaca Lindomar 3L, de Uberaba, Rapadura (que mistura rap, embolada e repente), do Ceará.

Bill explica que a participação em projetos sociais fez amadurecer seu discurso. Em parceria com seu produtor, Celso Athayde, o rapper escreveu três livros sobre a situação emergencial dos jovens que vivem nas favelas cariocas, rodou um documentário ("Falcão - Meninos do Tráfico") e criou a Cufa (Central Única das Favelas). A organização não-governamental possui hoje bases de trabalho em várias partes do Brasil, e visa promover a produção cultural das favelas, através de atividades nos campos da cidadania, educação, esportes e cultura.

"Tudo que se transformou em ‘Falcão’ e que depois virou documentário, livro, projeto, veio da música ‘Soldado do Morro’. A gente gravava o clipe e via a realidade pela frente, nos sentimos na necessidade de criar condições pra que os jovens não seguissem por aquele caminho. Então a Cufa surgiu paralelamente", lembra Bill. "Ali, no clipe, era a minha voz. Achamos que seria interessantíssimo saber a voz daqueles jovens, o que os levou até ali. Saber porque isso acontecia talvez ajudasse a impedir que mais jovens seguissem por esse caminho".

Política? No início do ano, o cantor Caetano Veloso apareceu com uma ideia inesperada: sugeriu publicamente que MV Bill concorresse ao Senado Federal. "O Caetano é maluco, inventou esse trem de senador, e muita gente achou que eu deveria concorrer".

Mas a ideia cresceu, e uma pesquisa mostrou que, se concorresse, o rapper teria perto de 2 milhões de votos. "Foi bom saber que existem pessoas que acompanham e acreditam nas nossas ideias, mas nunca quis isso, por causa da poucas possibilidades de mudanças", explica Bill, que pretende continuar seu trabalho nas comunidades e com a sua música. "Acho que de forma apartidária eu consigo ser mais efetivo", afirma. Alguém duvida?

Agenda
O Que: Show do rapper MV Bill
Quando: Quarta, dia 29, às 22h
Onde: Roxy Club (rua Antônio de Albuquerque, 729, Savassi). Informações: (31) 3269-4410
Quanto: R$ 25 feminino e R$ 40 masculino


CRACK: O craque do time da morte.


O texto mostra toda a problemática advinda do uso e comercio dessa droga que está aterrorizando toda a Nação brasileira e dizimando familias por tudo quanto é canto.

Crack: O craque do time da morte. -

CRACK: O ?craque? do time da morte.
(*Archimedes Marques)


?O doce se torna amargo na medida em que o efeito do crack passa e a necessidade psicológica assim o pede de volta?. (Archimedes Marques)


Dentre todos os componentes do time das drogas. Dos componentes do time da morte. Está a figura do crack. O crack como o mais avassalador, como o mais devastador de todo o conjunto de entorpecentes ou dos elementos químicos alucinógenos, que torna o seu usuário no maior dependente periculoso e debilitado existente. Torna o dependente capaz de qualquer coisa, capaz de matar ou morrer para sustentar o seu vício.
Crítica é a situação em que se acha o usuário e dependente do crack. Crítica não melhor é a situação em que se vive os seus entes queridos que nada fizeram para merecer tal castigo.
A violenta crise situacional e emocional do dependente do crack parece fugir-lhe toda a perspectiva de dias melhores. As ocorrências no terreno familiar e social vão caminhando sempre em largas vertentes para o mal e para dias piores. A vida vivida pelos envolvidos com o vício do crack parece esvair-se entre os dedos das suas próprias mãos.
Lançando um olhar no passado, o viciado, vê o rumo errado que tomou. Olhando ao futuro somente se lhe afigura a tumba. O seu presente é só o crack... O crack como o senhor do seu viver... O crack como dominador do seu ?eu?... O crack como seu real transformador do bem para o mal... O crack como destruidor da sua família... O crack com aniquilador do seu bem maior... O crack como o seu transporte para a morte!...
Estamos, sem sombras de dúvidas, em aguda e profunda crise urbana e social relacionada a essa droga avassaladora.
De um lado temos o traficante se fortalecendo cada vez mais e arregimentando sempre um maior número de pessoas para a sua equipe criminosa. O traficante como sendo o ?dono do bairro?, o ?rei do morro?, o ?comandante da área?. O traficante como se fosse uma espécie de ?Governo Ditatorial? paralelo ao nosso Regime Democrático do Direito.
Na sua ?pseudo propriedade? ele faz as vezes do Estado realizando quase sempre, em troca de favores, o trabalho social para a comunidade carente local. Funciona também como se fosse um ?Juiz opressor? na resolução das contendas do povo. A sua palavra, a sua decisão não se discute, se cumpre.
Como ?Juiz? ele também realiza o julgamento sumário do seu inimigo, do seu opositor, do descumpridor das suas ordens, do traidor da sua equipe que quase sempre são condenados à pena de morte. Morte essa que pode ser por execução a tiros ou pelos meios cruéis da tortura. Os fatos mostrados pela mídia referente aos constantes corpos encontrados em determinados locais evidenciam e demonstram a veracidade da afirmativa, principalmente no que tange aos morros do Rio de Janeiro, favelas de São Paulo ou dos grandes centros do país.
Como Ditador ele faz as suas leis, faz a guerra, a instabilidade social causando terror e medo ao povo. Demonstra o seu poderio, força e até decreta feriado ao determinar o fechamento do comércio e dos colégios da ?sua localidade? quando bem lhe convier.
Tais assertivas são facilmente comprovadas pelas matérias ofertadas na mídia, senão vejamos alguns exemplos pelas manchetes ou chamadas jornalísticas da revista Veja nos últimos tempos: TRAFICANTES USAM TERROR COMO ARMA DE GUERRA: bandidos voltam a apavorar o Rio de Janeiro em mais uma demonstração de força e ousadia... CIDADE SITIADA: Traficantes atacam pontos turísticos, desafiam a polícia e espalham terror no Rio... OUSADIA SEM LIMITE: Terrorismo urbano em Vitória. Guerra entre quadrilhas no Rio. Onde isso vai parar?... O DIA DO BANDIDO: Em mais uma exibição de força, traficantes fecham o comércio em quarenta bairros do Rio de Janeiro... GRANADA, METRALHADORA E AGORA MÍSSIL: Busca em Bangu 1 mostra a força do tráfico, que continua atuando por trás das grades?...
O tráfico de drogas, além disso tudo, também faz vítimas inocentes quase que diariamente através das constantes ?balas perdidas? disparadas em treinamento, em acerto de contas, em confronto entre eles, em troca de tiros com a Polícia, por brincadeira ou simplesmente pela pura maldade de alguns quando se atiram a ermo em qualquer direção.
É realidade nua e crua que o tráfico de entorpecentes engrossa as suas fileiras com crianças e jovens que funcionam na organização criminosa como ?aviões, fogueteiros, vigilantes, laranjas, informantes e até executores de crimes diversos.? Tais crianças e adolescentes muitas vezes por falta de opção ingressam naquele mundo e tem aquele ?trabalho? como uma espécie de carreira profissional.
A série verdade apresentada pela Rede Globo no programa Fantástico no ano de 2006 denominado ?Falcão - meninos de tráfico? comprova essa triste realidade brasileira. O documentário que é uma produção independente realizada pelo rapper MV Bill, pelo seu empresário Celso Athayde e pelo centro de audiovisual da Central Única das Favelas, deu bastante trabalho para os seus idealizadores e realizadores que tiveram que enfrentar o ambiente hostil onde viviam os jovens.
O termo ?falcão? é usado nas localidades do tráfico como sendo aquele cuja tarefa é vigiar a comunidade e informar quando a Polícia ou algum grupo inimigo se aproxima.
Durante as gravações, 16 dos 17 ?falcões? entrevistados morreram, sendo 14 em apenas três meses, vítimas da violência na qual estavam inseridos. Seus funerais também foram documentados. O único sobrevivente foi empregado pelos dois produtores, mas acabou voltando para o tráfico até ser preso.
O produtor CELSO ATHAYDE ao falar do Projeto Falcão que também está incluso um livro publicado pelos mesmos autores, referiu que o seu objetivo principal é a conscientização da sociedade para a realidade dos jovens das comunidades pobres: ?O Falcão não é um caso de polícia, não é uma denúncia, não é uma lamentação. Falcão é sobretudo uma chance que o Brasil vai ter para refletir sobre uma questão do ponto de vista de quem é o culpado e a vítima. Falcão é uma convocação para que a ordem das coisas seja definitivamente mudada.?
Com cenas fortes, deprimentes e chocantes a população tomou conhecimento daqueles fatos negativos e reais que repercutiu mundo afora. Jovens e crianças, fora da escola, apresentados em posse de armas e usando drogas fizeram daquela reportagem um verdadeiro documento comprobatório da insanidade do tráfico, do total desrespeito às Leis e da pouca vontade política governamental para resolver o problema que continua praticamente no mesmo patamar. Comprova-se pelos detalhes e pelas filmagens apresentadas que os ?meninos do tráfico? sucumbem periodicamente. Trabalham somente para manter os seus vícios e para ajudar as suas famílias.
A escritora LYA LUFT formou a sua opinião emocionada no item ?ponto de vista? referente ao citado documentário quando disse na edição 1.950 da revista Veja on-line: ?Nós todos somos culpados de que eles tenham existido, sofrido, matado e morrido, sem nenhuma possibilidade de vida, de esperança e de dignidade?.
E ainda no seu texto discorre a referida escritora: ?Muito mais existe do que foi mostrado. Pior: muita gente poderosa, de rabo solenemente preso, vive daquela desgraça; muita cumplicidade perversa promove e mantém aquilo; tudo prolifera e floresce com muito arranjo sinistro ? como sinistra, disse um daqueles meninos, era a sua vida: ?a vida da gente aqui é sinistra e louca?, ele disse com sua voz fraquinha. Vou pensar todos os dias que continuam morrendo crianças iguais àquelas, que poderiam ser meus filhos, teus filhos, nossos filhos. Eram nossos, aqueles meninos e meninas, sonados, ferozes ou tristíssimos, que a gente tem vontade de botar no colo e confortar. Mas confortar com o quê? E aquela arma, e aquelas drogas, e aquela infelicidade, e aquela desesperança? Fazer o quê??
A questão dos grandes traficantes fazer parte do crime organizado também é uma realidade, não fosse isso, não haveria verdadeiros arsenais em posse deles. São armas poderosas e das mais modernas em mãos do tráfico que entram no país de forma ?misteriosa?.
Sem entrar no mérito da questão e apenas para ilustrar a concordância verdadeira de ligação entre o tráfico de drogas e o crime organizado há de se ressaltar o entendimento defendido por GUARACY MINGARDI, Doutor em Ciências Humanas e atual Diretor Científico do Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente, na sua tese de Doutorado em 1996 junto a Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo sobre o tema ?O Estado e o crime organizado?, quando aponta as quinze características inerentes dessa organização criminosa que comunga com os mesmos atos do tráfico: 1) Práticas de atividades ilícitas; 2) Atividade clandestina; 3) Hierarquia organizacional; 4) Previsão de lucros; 5) Divisão do trabalho; 6) Uso da violência; 7) Simbiose com o Estado; 8) Mercadorias ilícitas; 9) Planejamento empresarial; 10) Uso de intimidação; 11) Venda de serviços ilícitos; 12) Relações clientelistas; 13) Presença da lei do silêncio; 14) Monopólio da violência; 15) Controle territorial.
Segundo a reportagem intitulada ?Vítimas da indústria do crime? da revista Veja on-line, edição 1.796, o próprio Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando discursava a uma platéia de metalúrgicos em São Paulo, admitiu: ?Não podemos ficar assustados 24 horas por dia. O crime organizado não é mais uma bandidagem comum que nós conhecíamos. É uma indústria de fabricar dinheiro com as drogas.?
O crime organizado possui vários tentáculos, e esses tentáculos buscam sempre atingir a proteção dos Poderes constituídos. Vez por outra a Polícia descobre a participação de Autoridades públicas ligadas àquela organização criminosa.
A maioria das denúncias de corrupção para proteção ao crime organizado recai sobre a própria Polícia, isso é fato público e notório, contudo, vários Policiais já foram expulsos das suas corporações, foram penalizados ou respondem a Processos por crimes equivalentes, o que comprova que a Polícia de hoje, em regra, é Instituição séria e deve ser respeitada como tal.
Assim como ocorre com a Polícia, diversos setores de outros Poderes Público, também já foram objetos de denúncia, investigação ou Processo com as devidas penalidades para algumas das pessoas efetivamente ligadas às organizações criminosas.
Assim, o ?Poder paralelo? do tráfico governa as suas áreas e enriquece os seus líderes de forma geométrica praticando todo tipo de crime para manter e aumentar diariamente o número de usuários e dependentes químicos das drogas, que além de morrer física e mentalmente, ainda leva consigo os seus entes queridos para a desgraça, ainda faz vítimas outras pessoas da sua insanidade em busca do falso prazer da droga, aumentando em conseqüência, o índice de criminalidade no País.
Do outro lado, do lado oposto da gravíssima problemática encontra-se o viciado. Encontra-se a sua família, os seus verdadeiros amigos... Encontra-se a população atônita, indefesa e impotente... Encontra-se o Poder público com pouca vontade política para debelar ou mesmo amenizar tal situação.
A Polícia, por sua vez, como real protetora da sociedade, procura cumprir a sua árdua e difícil missão de também combater esse crime. Nesse sentido, agindo habitualmente de maneira investigativa ou repressiva, de quando em vez, a Polícia realiza ótimas operações com apreensões de grande quantidade de drogas, armamento de grosso calibre e alto poder de fogo tais como fuzis e metralhadoras dentre outras, granadas e farta munição, além de se prender indivíduos maiores dos grupos organizados, contudo, é fato que mesmo de dentro dos presídios os chefes do tráfico continuam comandando as ações criminosas das suas áreas de atuação ou determinando a morte de pessoas a seu bel prazer. É fato também que quando morre alguém importante de determinado grupo do tráfico, de logo, é ele substituído por outro em grau de hierarquia equivalente da sua equipe para dar continuidade à administração daquele território. Destarte haver também a guerra entre grupos pelo poder ou tomada de poder de determinada área e, das batalhas, deixam-se rastros e rios de sangue.
Entretanto, é também fato presente em todo lugar, que no cotidiano das ações policiais repressivas às drogas, na maioria das vezes, o que se vê são prisões e apreensões de pequenos traficantes, que não deixa de ser também ações necessárias, contudo, observa-se perfeitamente que tais pessoas são moradores de barracos ou palafitas das periferias das cidades, o que subentende sejam eles intermediários ou vendedores à serviço dos grandes traficantes.
Relacionado às ações preventivas dos órgãos competentes, atos investigativos e repressivos da Polícia nesse âmbito, é verdade que a ?Inteligência Policial?, a ?Inteligência Criminal? é de suma importância. É essencial na luta para conter o tráfico e o crime organizado, porém, a experiência brasileira nesse contexto até agora não se mostrou em real frutífera, pois a epidemia da droga se alastra a atingir novos adeptos todos os dias a todo momento.
Assim, estamos perdendo a partida para o crime organizado... Assim, estamos perdendo a luta para o tráfico... Assim, estamos perdendo os nossos jovens para o crack... Assim, estamos perdendo o futuro da Nação para as drogas!...
Até parece que apesar de todas alertas feitas, as Autoridades constituídas ainda não atentaram para esse gravíssimo problema: As chamadas ?cracolândias? estão se proliferando em alta escala pelos quatro cantos do país. Uma epidemia de crack que supera todas as outras drogas juntas, destarte já haver também o MERCADÃO DAS DROGAS. Um mercado livre com grande variedade de entorpecentes em promoções e tudo mais, ocorrido em determinada rua da metrópole São Paulo no cair da noite, cuja filmagem e reportagem comprobatória fora mostrada em Jornal da TV Record.
Sem querer brincar com a situação, muito pelo contrário, no sentido de espairecer um pouco o assunto tão sério e preocupante, antes de adentrarmos na questão do fabrico químico do crack, suas conseqüências nefastas no organismo humano, alguns exemplos da tragédia familiar causados pela droga e dos apelos necessários, façamos de conta por algum momento, até para prender mais o leitor ao presente texto, que estamos em um jogo, em uma partida de futebol disputada entre os times da MORTE versus SOCIEDADE, complementando o comentário somente com o trio de ataque demolidor do nosso adversário, qual seja, a cocaína, a merla e o crack:
O time da MORTE que disputa a partida com a SOCIEDADE continua em boa performance e em ótima fase exterminando sempre os seus adversários é formado com: Skank, maconha, haxixe, ecstasy, morfina, heroína, ópio, LSD, cocaína, merla e crack...
O banco de reservas conta com: Paco, codeína, psicotrópico, rebite, álcool e fumo...
O técnico do time da MORTE, o popular traficante que é bastante respeitado e temido pelo povo, está bastante otimista e satisfeito com o rendimento da sua equipe. Traficante acredita sempre na vitória sobre a SOCIEDADE que apesar de ser um grande time e ter bastante força é uma equipe apática e desmotivada...
Apostando no desânimo da SOCIEDADE que está atônita em campo, os Diretores do time da MORTE sentem-se gratificados com as estupendas arrecadações que sobem jogo à jogo e por isso prometem investir mais e mais no grupo com o intuito de transformá-lo numa equipe imbatível...
O trio de ataque arrasador do time da MORTE que é interligado um ao outro, vem cumprindo a sua tarefa satânica de estraçalhar os seus adversários...
A geração mortificadora desse time é provinda da base da cocaína e então com a adição de produtos químicos altamente nocivos ao ser humano nasceu a merla e o crack. Essa dupla de ataque aniquilador que é filha da cocaína, nada mais é do que UM MAL PIORADO.
O crack, que é o craque do time da morte é também conhecido por ZIDANE, em alusão ao craque de futebol da Seleção Francesa que derrotou o Brasil em Copa Mundial passada.
A cocaína é uma droga em pó de cor branca que é derivada das folhas da planta de coca, cultivada principalmente na América do Sul, em maior escala, na Colômbia, Bolívia e Peru.
A folha da coca que era usada na antiguidade por índios e nativos da área em forma de mastigação, cujo objetivo era ganhar força e energia, se transformou através dos tempos, por meio da refinaria e mistura a elementos químicos, em cocaína.
A cocaína tinha propósito inicial meramente medicinal, contudo, logo foi desvirtuado o seu objetivo e iniciado assim o novo problema social vez que as conseqüências para o seu dependente químico são devastadoras.
A cocaína é uma substancia altamente viciante e os seus usuários tornam-se fisicamente e psicologicamente dependente da droga, ao ponto de não poder controlar os seus próprios desejos e impulsos.
A pesquisadora e cientista STEPHANIE WATSON bem explica as maneiras que podem ser usada essa potente droga: ? A cocaína é uma droga que pode ser utilizada de três maneiras: cheirando, injetando ou fumando. A forma cheirada, ou seja, a cocaína em pó, é feita pela dissolução da pasta de coca retirada das folhas da planta em mistura de ácido hidroclorídrico e água. Sal potássio é acrescentado à mistura para separar as substancia indesejadas, que devem ser removidas. Então, acrescenta-se amônia à solução restante, e o pó sólido da cocaína se separa. Para injetar cocaína, o usuário mistura o pó com um pouco de água e usa uma seringa hipodérmica para forçar a solução diretamente na veia.
A cocaína em pó forma a base da cocaína de base livre. A cocaína de base livre tem um ponto de fusão baixo, por isso pode ser fumada.?
A professora e pesquisadora da Equipe Brasil Escola, PATRICIA LOPES, assim explica as conseqüências advindas aos usuários da cocaína: ?Devido aos efeitos de euforia e prazer que a cocaína proporciona, as pessoas são seduzidas a utilizá-la para vivenciar sensações de poder, entretanto tais efeitos tem pouca duração. Logo o indivíduo entra em contato com a realidade, aspecto que desperta uma grande ansiedade em poder utilizá-la novamente.
Aceleração ou diminuição do ritmo cardíaco, dilação da pupila, elevação ou diminuição da pressão sanguínea, calafrios, náuseas, vômitos, perda de peso e apetite são alguns dos efeitos biológicos da cocaína.?
A merla, a exemplo do crack, é uma droga perigosa e devastadora. Como já foi dito, é derivada da cocaína. Trata-se da junção das folhas de coca com alguns produtos químicos perigosíssimos para a saúde humana, tais como, ácido sulfúrico que é altamente corrosivo e usado em bateria de carro, querosene que é derivado do petróleo tendo outros propósitos e a cal virgem, ou cal viva que é usada em construções ou plantações, dentre outros, que ao serem misturados se transforma numa pasta branco amarelada onde se concentra mais ou menos 50% de cocaína. A droga é fumada pura ou misturada num cigarro comum ou num cigarro de maconha, e, quando isso ocorre, tal ?experimento? recebe a denominação de BAZUCA. ?A bazuca é a mistura de tudo que não presta com os horrores da insanidade humana.?
A fumaça altamente tóxica da merla é rapidamente absorvida pela mucosa pulmonar excitando o sistema nervoso, causando euforia e aumento de energia ao usuário, com isso advém, a diminuição do sono e do apetite com a conseqüente perda de peso bastante expressiva.
As conseqüências que sofre o organismo humano do usuário da merla são idênticas ao do usuário do crack, vez que a sua composição química é bastante parecida.
O usuário da merla pode ter convulsão e como conseqüência desse fato, pode levá-lo a uma parada respiratória, coma, parada cardíaca, e, enfim, a morte. Além disso, para os fracos e debilitados sobreviventes, ao longo do uso da droga, há perda dos seus dentes, pois o ácido sulfúrico que faz parte da composição química do produto assim trata de furar, corroer e destruir a sua dentição.
Para completar o item discorrido, há de se acolher o relato do nobre Professor JEFERSON BOTELHO, quando assevera em um dos seus artigos pertinentes ao tema: ?Como o crack, a merla vai destruindo o seu usuário em vida ao ponto dele perder o contato com o mundo externo, se tornando um zumbi movido pela compulsão à droga que é intensa. Como os efeitos têm curta duração, o usuário faz uso com muita freqüência e a sua vida passa a ser em função da droga que atinge o organismo através dos pulmões quando é fumada e pela corrente sanguínea alcança o cérebro causando alterações psíquicas.?
De volta ao crack, a exemplo da sua congênere, a merla, além da droga possuir uma grande percentagem de cocaína na sua fórmula absurda, gananciosa, inconseqüente e mortal, constituído com vários produtos químicos altamente nocivos e destrutivos à saúde do usuário, é também o produtor do vício mais rápido entre as drogas. Com duas ou três pedras fumadas o usuário vicia e o seu organismo passa a pedir mais e mais a droga tornando-o de imediato um dependente químico.
O Representante brasileiro do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), BO MATHIASEM, admite a preocupação com essa droga: ?O crack é mais barato, sim, e vicia muito, agravando rapidamente o problema da dependência química?
Realmente o crack, por possuir no seu composto produtos mais baratos tais como a cal virgem e o ácido sulfúrico, também é mais barato do que as outras drogas, contudo, sem contar com as conseqüências advindas do seu uso, é certo dizer que é aquele barato que se torna mais caro pois a necessidade do usuário é mais freqüente em decorrência do curto espaço de tempo de duração do efeito químico alucinógeno no seu organismo.
A disseminação do crack tomou conta do País e os menos avisados ou mesmo os já viciados noutras drogas passaram a experimentá-lo. Com isso, o vício terminou pegando-os de vez como uma teia de aranha em armadilha para as suas presas.
A socióloga SILVIA RAMOS, coordenador do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, dá o seu exemplo quanto ao problema da proliferação do crack: ?É impressionante. A qualquer hora do dia, vemos crianças e adolescentes consumindo a droga e deitados no chão. Áreas dominadas pela facção Comando Vermelho passaram a vender e isso vem como uma tsunami.?
Para um País imenso como é o Brasil, uso do crack se tornou uma constante do Oiapoque ao Chuí, aumentando a riqueza dos grandes traficantes e do crime organizado em proporções gigantescas.
O psiquiatra, diretor técnico do Hospital Psiquiátrico São Pedro, em Porto Alegre, GILBERTO BROFMAN, explicou em poucas palavras a nova moda de droga: ?Estamos perante uma epidemia, porque há um número explosivo de casos nos últimos três anos. Antes era uma raridade, tínhamos nas unidades 90% de outras dependências e 10% de crack. Hoje temos o contrário.?
O referido psiquiatra cita um estudo feito em São Paulo que aponta que a mortalidade dos viciados em crack é de 30% em cinco anos. Complementa o seu raciocínio: ?É uma droga diferente das outras e muito mais severa. Não há outra droga que produza um declínio físico e mental maior para o paciente. As conseqüências físicas são muito severas, como infartos, acidente vascular cerebral (AVC), doenças hepáticas, dano cerebral e pulmonar além de hipertensão.?
Segundo estudos realizados por especialistas na área, as dificuldades para o tratamento dos viciados em crack também são imensas, por isso, a grande preocupação das Autoridades ligadas ao tema da intensa problemática.
Tal entendimento é corroborado pela psicóloga SANDRA HELENA DE SOUZA, diretora técnica da Fundação de Proteção Especial do Rio Grande do Sul, que acrescenta: ?Considerando a gravidade da droga e a baixa resolutividade em termos de tratamento, é uma epidemia. O sentimento na sociedade e principalmente nas famílias que vivem esse drama é de impotência.?
Para a citada psicóloga, o País não está preparado com atendimento necessário para enfrentar a problemática dessa droga: ?O crime está muito organizado, e a sociedade atrasada.?
Todos os meses, todas as semanas, todos os dias nos deparamos com notícias trágicas envolvendo viciados do crack.
O início da trajetória de crimes praticados pelo dependente químico do crack ou da tragédia familiar causada é sempre a mesma: ?O viciado depois de gastar tudo que tem passa a se desfazer dos objetos da sua própria casa, ou quando criança ou jovem, passa a furtar os objetos da casa dos seus pais ou dos seus familiares e amigos para vender ou trocar por crack. Depois outros furtos em tudo quanto é canto. Posteriormente roubos a transeuntes ou em comércio... e em conseqüência, homicídios e latrocínios.?
Se nesse artigo apelativo fossem pormenorizados todos os casos criminais envolvendo o uso do crack no País certamente o presente texto viraria um verdadeiro ?Tratado?, por isso, a razão apenas superficial do item, retirado de algumas matérias ou manchetes jornalísticas diversas: ?MÃE MATA SEU PRÓPRIO FILHO VICIADO EM CRACK: Em pleno Domingo de Páscoa, o crack gerou um crime de homicídio em um bairro nobre de Porto Alegre. Uma mãe idosa de 60 anos de idade matou o seu filho de 23 anos a tiros depois de perder as esperanças de recuperá-lo das garras do crack. A mãe desesperada confessou o crime para a Polícia e contou todo o sofrimento que passou durante oito anos na tentativa de tirar o seu filho daquela triste situação. Parentes das partes testemunharam que o jovem por várias vezes tentou matar os seus pais e que o crime praticado pela idosa foi um ato de agonia, de liberdade, de alívio e de defesa própria...
JOVEM MATA AVÔ POR CONTA DO CRACK: O fato ocorreu em Aracaju, capital do Estado de Sergipe. Há alguns meses atrás um jovem de 19 anos de idade matou o seu avô e feriu a sua avó a facadas para lhes roubar uma televisão e negociar em troca do crack. A avó do criminoso relatou que só não foi também assassinada porque se fez de morta...
E tantas outras manchetes de jornais no cotidiano brasileiro: MÃE CHORA A PERDA DO SEU FILHO PARA O CRACK... VICIADO EM CRACK MATA A SUA MÃE... MÃE PERDE SEU SEGUNDO FILHO PARA O CRACK... PAI ACORRENTA SEU FILHO VICIADO EM CRACK... VICIADO MATA SEU IRMÃO POR CAUSA DE UMA PEDRA DE CRACK... VICIADO ENGOLE UMA PEDRA DE CRACK COM A CHEGADA DA POLÍCIA... VICIADO EM CRACK MATA SUA COMPANHEIRA E FILHA... USUÁRIO DE CRACK CONFESSA DOIS LATROCÍNIOS... PRESA DUPLA DE ASSALTANTES VICIADA EM CRACK... PAIS EM DESESPERO DENUNCIAM CRIMES PRATICADOS PELO SEU FILHO VICIADO EM CRACK... USUARIO DE CRACK PRATICA MAIS UM ASSALTO A ÔNIBUS... MAIS UM SUICÍDIO PRATICADO POR DEPENDENTE DE CRACK... A CRACOANDIA ESTA CHEIA DE CRIANÇAS FUMANDO CRACK ABERTAMENTE... MAIS UMA TRAGÉDIA EM FAMILIA POR CAUSA DO CRACK... PAI MATA FILHO USUÁRIO DE CRACK... VICIADO EM CRACK MATA IRMÃ QUE LHE ACONSELHAVA PARA O BEM... USUÁRIO DE CRACK MORRE EM TROCA DE TIROS COM A POLÍCIA... JUVENTUDE PERDIDA NO CRACK... USUÁRIO DE CRACK FAZ MAIS UMA VÍTIMA DE LATROCÍNIO... VICIADA EM CRACK QUEIMA COM CIGARRO O SEU FILHO DE TRÊS ANOS DE IDADE... E por aí vai!...?
De todo modo, bem perto de todos nós, tudo isso acontece. Drogas como o crack tomam conta de boa parcela da sociedade, principalmente dos jovens, constituindo perigo tanto para o próprio usuário, quanto para a sua família e para as demais pessoas que atravessam em seu caminho.
É de bom alvitre registrar o entendimento do Professor e Educador do Rio Grande do Sul, CLEBER C. PRODANOV quanto aos projetos públicos de combate às drogas: ?Parece que as políticas adotadas até aqui para frear o consumo das drogas não tem atingido seus objetivos somente com a repressão, sem a conscientização. A educação e um convívio mais profundo e dialogado entre as pessoas, especialmente entre pais e filhos, poderá livrar-nos dessa epidemia. Não podemos achar que a polícia ou a medicina resolverão os problemas, que, muitas vezes, se iniciam nos lares, escolas e outros lugares de convivência, principalmente dos jovens, mais expostos, por vários motivos, à atração do mundo das drogas.?
A Polícia, via de regra, faz o que pode no combate a essa insanidade humana. Não é a Polícia onipresente ou onipotente para evitar toda essa parafernália e para prender todos os traficantes ou desbaratar de vez o narcotráfico e o crime organizado, por isso cumpre o seu mister, está à espera de novos paradigmas ou de ações mais efetivas por parte dos Poderes constituídos.
Diante de tudo isso. Diante de todos esses fatos comprobatórios que evidenciam a realidade de que o Brasil corre sério problema de identidade racional com as drogas e em especial com o crack, só nos resta o GRITO DE ALERTA:
É preciso mudanças imediatas...
É preciso de ações governamentais rigorosas e eficientes para conter o tráfico...
É preciso que se mudem as Leis e se aplique a pena máxima ao traficante de drogas...
É preciso que haja aulas exemplificativas com mais freqüência em todas as Escolas do Brasil para conscientizar o aluno sobre o perigo das drogas...
É preciso que os pais também se posicionem com os seus filhos alertando-os sobre essa epidemia...
É preciso que o povo denuncie com mais freqüência os pontos de venda de drogas...
É preciso que a população denuncie diariamente os traficantes da sua área residencial...
É preciso que a sociedade denuncie às Corregedorias ou Ouvidorias de Polícia quando Policiais estiverem acobertando ou envolvidos com o tráfico de drogas...
É preciso de Leis mais rígidas e menos burocráticas para excluir e punir em curto prazo de tempo o Policial protetor do tráfico de drogas...
É preciso que o cidadão denuncie à Polícia, ao Ministério Público, à OAB ou órgão congênere quando souber que qualquer Autoridade ou Funcionário Público esteja envolvido com o tráfico de drogas ou com o crime organizado...
É preciso que haja mais e melhores clínicas especializadas em tratamento ao drogado à serviço do Estado...
É preciso que haja mais psiquiatras, psicólogos, terapeutas, psicanalistas e médicos especialistas com função pública para tratar dos dependentes químicos das drogas...
É preciso que haja um melhor e mais amplo engajamento das Igrejas e demais entidades religiosas em busca de soluções para amenizar o tráfico de drogas...
É preciso que haja mais escolas públicas profissionalizante para tirar o jovem das ruas e das drogas, dando-lhe uma profissão digna...
É preciso que a sociedade civil debata o tema com mais veemência e se engaje efetivamente na luta contra as drogas, contra o crack...
É preciso que se invistam mais nos setores que combatem o crime organizado, pois aí está a raiz profunda do problema do tráfico...
É preciso que haja medidas preventivas, repressivas e curativas efetivamente sérias no combate às drogas...
É preciso que haja programas educacionais efetivos para fortalecer a auto-estima do jovem no sentido de livrá-lo das drogas e levá-lo aos esportes, aos estudos...
É preciso que os Governos invistam mais no Policial pagando-lhe salário digno para melhor incentivá-lo no combate às drogas...
É preciso que os Governos invistam mais nos setores de Inteligência Policial e nos Órgãos Policiais especializados para melhor se combater o tráfico de drogas...
É preciso que se abandonem de vez as ações pirotécnicas e se criem projetos verdadeiros em todas as cidades do País para o controle das drogas...
É preciso que se formem mais craques no futebol, nos esportes, na vida, não no crack da droga ou na droga do crack!...
É desejo de todos nós, inclusive do viciado e dependente químico das drogas, do crack, viver intensamente por muito tempo, aproveitar os prazeres da vida com alegria e disposição, conviver amistosamente com os familiares e amigos, ir para onde quiser com liberdade e autonomia, e, acima de tudo, ser saudável física e mentalmente, por isso, é preciso que a presente ação apelativa seja compreendida e acatada por todos, para enfim, se chegar o cidadão e a sociedade a uma vida efetivamente menos sofrível e mais vitoriosa.

(*Delegado de Policia. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Publica pela UFS)
archimedes-marques@bol.com.br

Maioridade Penal


Discutir a redução da maioridade penal é como discutir o aborto, os pensamentos já estão formados e não há como mudá-los. É uma discussão desgastante e sempre apresenta os mesmos argumentos, sejam os dos prós ou os dos contra. Penso que esta discussão serve apenas para aqueles que ainda não têm uma opinião formada sobre o assunto.

Maioridade Penal

Discutir a redução da maioridade penal é como discutir o aborto, os pensamentos já estão formados e não há como mudá-los. É uma discussão desgastante e sempre apresenta os mesmos argumentos, sejam os dos prós ou os dos contra. Penso que esta discussão serve apenas para aqueles que ainda não têm uma opinião formada sobre o assunto.
Pois bem, quando este tema ? maioridade penal ? é lançado em discussão para a sociedade leiga, aquela que não conhece a realidade penal, não conhece as leis e que se encontra sobre tensão do medo, pela falta de segurança, esta sociedade sim, é favorável à redução. Certamente, esta população acolhe a ideologia do sistema prisional e os apelos dos favoráveis, que na sua maioria usam a pedagogia do terror, isto é, enfatizando o crime cometido.
Porém, a grande maioria das pessoas que atuam na área social, por meio de entidades sabem que o adolescente infrator é uma vítima do sistema social, ou melhor, é a conseqüência de uma política social que não funciona. Um sistema social que não reeduca o adolescente infrator e muito menos cumpre 10% do que propõe o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Portanto, punir estes adolescentes reduzindo a maioridade penal é um ato de covardia, é através da prisão camuflar a incompetência do Estado. Como de costume, a corda arrebenta sempre do lado mais fraco. No entanto, quando a sociedade concorda com isto, está indiretamente concordando com o Estado e assim, deixando de reivindicar o cumprimento das leis.
Quem atua na área social com adolescentes infratores sabe que na grande maioria, estes são usuários de drogas e que grande parte deles têm suas famílias desestruturadas. Também sabe que a grande maioria não tem nem o curso primário ou o fundamental completo, e por fim, muitos não têm nenhuma profissão, isto é, são adolescentes que a única opção que tiveram foi o mundo da marginalidade.
Ainda é preciso dizer, que em uma pessoa dependente química a sua idade cronológica não corresponde à emocional. Portanto, um adolescente de 18 anos de idade não tem emocionalmente esta mesma idade. Sendo assim, um garoto usuário de drogas de 16 anos pode ter uma idade emocional de12 ou 14 anos.
Quando falamos em redução da maioridade penal, tratamos de um assunto muito sério que não deve ser questionado pela emoção, pela tensão ou pelo medo. Mas sim, analisando a questão social. É preciso discutir a partir do que se tem oferecido ao adolescente no que determina o ECA
.
Quando alguém se diz contra a redução da maioridade penal não está sendo a favor do crime, da impunidade, mas sim, está sendo contra a inércia do Estado que não cumpre suas obrigações, precisando assim fazer cada vez mais prisões, lá depositando sua incompetência. Assim sendo, a sociedade continua cada vez mais convivendo com a violência.

Hoje o crime organizado alicia o adolescente de 16,17 anos porque estes estão protegidos pelo ECA. Com a redução da maioridade penal o tráfico de drogas aliciará os de 14, 15 anos e amanhã, aliciará os de 10,11 anos. Enfim, o problema da violência não está na redução da maioridade penal, mas sim, em apenas se fazer cumprir o ECA.
Existe uma cultura que precisa ser mudada por parte da sociedade e esta mudança, é a de que a cadeia resolve o problema. Já está mais que confirmado que o caminho não é este. O que resolve é a reeducação do cidadão; é procurar dar condições para que o aprisionado saia melhor da prisão do que entrou.

Ataíde Lemos
Email:: ataide.lemos@gmail.com

RACISMO É BOM NEGÓCIO!


.

Antes do governo Lula, só havia no Brasil o povo brasileiro.

Hoje, vemos vergonhosos ?territórios quilombolas?, brasileiros índios expulsando brasileiros ?não-índios? das terras onde também nasceram, programas de TV para negros racistas, cotas para negros, gente despreparada alegando ao mundo a maldade de ?gente branca de olhos azuis?, gente eleita e mal intencionada gritando em palanque: ?O Sul não gosta que eu dê bolsa-família aos Nordestinos! Êlis num gosta di nóis!?. Como se o dinheiro fosse dele, ou o Sul e o Nordeste não fossem do mesmo Brasil e do mesmo povo.

Passamos a ouvir termos absurdos criados, tais como: ?etno-desenvolvimento regional? e ?educação étnica? (!?!). Ora, eu, por exemplo, sou brasileiro e descendente direto de italianos; deveria eu receber educação com ênfase na cultura itálica? Assim como os brasileiros descendentes de outros povos? Ou seja, propõe tudo, menos o que reafirma a identidade única do povo brasileiro. Entenderam?

Inventou-se até um esdrúxulo ?Ministério da Igualdade Racial?. Ora, quem cria um órgão com esse nome já acredita que as raças são desiguais, inferiores e superiores, sendo, portanto racista. Ou confundiu com igualdade social? Alguém precisa explicar ao analfabeto responsável.

A quem interessa de fato essas práticas racistas e odiosas desse governo de esquerda?

Primeiro: A nível interno, ao se criar divisões e antagonismos num povo, destinam-se verbas e criam-se cargos para companheiros militantes, para cuidarem do ?problema?. Abre-se um novo negócio lucrativo regado a clientelismo.

Segundo: Interessa ao G8 que a população de uma grande Nação homogênea e concorrente em seus Mercados, como a do Brasil, se quebre em divisões e conflitos étnicos. Afinal, a máxima romana ?Dividir para conquistar? é infalível. Por isso, as ONGs petistas nacionais recebem verbas de instituições dos EUA e Europa para isso.

Terceiro: O próximo passo é o de causar tal rivalidade entre o mesmo povo, com o apoio de um governo traidor, que culmine na divisão regional e futura quebra do território em pequenas nações independentes, fornecedoras de recursos naturais.
Pronto! Assim acaba-se com a grande Nação rica que concorreria com os Mercados do G8. E tudo isso com o apoio de maus brasileiros, eleitos pelo voto direto.

Um exemplo disso: Já está em andamento na reserva Raposa-Serra do Sol o projeto de exportação de arroz orgânico apoiado pelo MST (brasileiros ?brancos e não-índios?) e a extração de minérios estratégicos em que a área é riquíssima, para a Inglaterra.

Ué? Os índios dali não queriam aquela área para viver em suas tradições apenas? Não expulsaram dali os arrozeiros brancos e não-índios, que produziam alimento ao Brasil inteiro? Alguém já ouviu falar em índio minerador?

Detalhe: A exportação do arroz e dos minérios não passaria pela Cacex do Brasil, mas seria feita por um ?órgão? da reserva, como numa nação independente (!), conforme relatou a presidência do CIMI, aos jornais britânicos Times e London Tribune em 06/2009.

Perceberam a traição em andamento? E o porquê do alerta do General Heleno e do Ministro Marco Aurélio do STF ao povo brasileiro?

Nós brasileiros sempre fomos avessos ao racismo de fato. Sempre vimos e sempre aprendemos desde cedo, que somos todos brasileiros, independente de raça ou cor da pele. Visão essa que foi muito reforçada nos governos militares, no objetivo de termos uma só Nação e um só povo num grande País.

Isso sempre gerou inveja e cobiça a muitos países, pobres ou ricos, mas destroçados por conflitos raciais violentos. Afinal, uma enorme Nação como a nossa, falando uma única língua e com um único povo miscigenado e não racista, é algo admirável.

Infelizmente essa nossa grande vantagem está sendo hoje sabotada, a partir do primeiro escalão do Palácio do Planalto; e a maioria do povo brasileiro ainda não se apercebeu disso.

Torçamos ainda para que Deus seja mesmo brasileiro, pelo menos de vez em quando.
Email:: mmassar@uol.com.br

"O hip hop da Petrobras" (Diogo Mainardi, 22 de julho)

Petrobras

Em relação à coluna "O hip hop da Petrobras" (Diogo Mainardi, 22 de julho), a Petrobras informa que o caso foi identificado e investigado pela empresa. O responsável pela quebra de procedimentos de contratação da Companhia foi demitido por justa causa. A Petrobras encaminhou o caso ao Ministério Público para apuração de responsabilidades cíveis e criminais. E à Controladoria-Geral da União, para verificação da correção dos procedimentos adotados pela direção da Companhia. Sobre as informações levantadas na coluna, temos a informar: não existe nenhuma relação entre o livro do rapper MV Bill e a Petrobras. A Central Única de Favelas do Rio de Janeiro tem um projeto patrocinado pela Companhia em ações de educação para qualificação profissional. Não existe conflito entre os serviços prestados pelas empresas e suas qualificações. As empresas RA Brandão e Guanumbi realizaram serviços de organização, produção e promoção de eventos, além de produção e editoração de textos para divulgação. A RA realizou ainda consultoria para ações de relacionamento com públicos-alvos da Companhia. O capital social da empresa não é relevante no caso dos serviços prestados por essas empresas. Nesses casos, os serviços só são pagos após sua conclusão. Não há registro de notas frias. O caso já foi alvo de apuração interna que culminou com a demissão do gerente por justa causa. Esse caso foi levado pela Petrobras ao MP e à CGU. Os serviços listados pelo colunista se encontram em avaliação na Companhia. Não é verdade que, "Na maioria das vezes, elas emitiram notas para os mesmos eventos, com as mesmas datas". Entre os serviços listados há apenas um indício de superposição de serviços entre as empresas. É para o evento da Fórmula Indy. Como já informado, a Petrobras está realizando a análise de todos os serviços contratados pela gerência em 2008. Esse trabalho está sendo acompanhado pelo Ministério Público e pela Controladoria-Geral da União. O ex-empregado não foi indicado pelo presidente José Sergio Gabrielli. Ele ingressou na empresa – por concurso – em 1984 e foi nomeado gerente de Comunicação da Refinaria Landulpho Alves/RLAM em 2001. Assumiu a Gerência de Comunicação do Abastecimento em 2004, quando o presidente Gabrielli era diretor financeiro. Gabrielli assumiu a presidência da Petrobras somente em 2005.

Lucio Mena Pimentel
Gerente de imprensa da Petrobras
Rio de Janeiro, RJ


Entrevista com MV BILL


Nascido e criado em uma das favelas mais conhecidas do mundo, a Cidade de Deus, o rap e escritor Mv Bill pede cara novas e mais musicalidade nos rapers. E diz que o RPB FESTIVAL é uma renovação original.

1- O que você acha de um festival que da oportunidade para os novos talentos?

MV Bill: Acho muito importante por trazer a renovação e esse festival propõe isso de uma forma muito original.

2- Pra você como está a cena do rap no Brasil?
MV Bill: Precisando muito de novos nomes, idéias, novas caras... Precisa de um frescor.

3 - Como você vê a mídia em relação ao hip-hop?
MV Bill: Ainda com muito distanciamento e de forma desrespeitosa as vezes. Ainda há um tratamento marginalizado muitas vezes.

4 - Na sua opnião qual o futuro do hip-hop no Brasil?
MV Bill: Penso num futuro sem os vícios atuais e com mais musicalidade, acompanhado de maturidade.

5 - Qual a dica que você daria para os grupos que estão surgindo?
MV Bill: Inscrevam-se e tragam suas idéias sem medo. A renovação agradece!

RAP POPULAR BRASILEIRO


O Rap Brasileiro nunca mais será o mesmo!

RAP POPULAR BRASILEIRO PREMIAÇÃO EM DINHEIRO : 1º LUGAR R$2.000,00 - 2º LUGAR R$ 1.000,00 - 3º LUGAR R$ 500,00


NOVAS DATAS DO RPB FESTIVAL

Datas:

1 de junho
Fim das inscrições


07 de junho
1º Eliminatória Estadual.

Viaduto Negrão de Lima

14 de junho
2º Eliminatória Estadual.

Viaduto Negrão de Lima

21 de junho
Final do Estadual.

Viaduto Negrão de Lima

27 de setembro
RPB FESTIVAL BRASIL
Local a definir


REALIZAÇÃO
Art. 1° CUFA - Centra única das favelas, promove o R.P.B-Festival – Rap Popular Brasileiro, em JUNHO E SETEMBRO de 2009, em âmbito nacional.
O festival acontecerá em diversos estados do país, sendo uma das cidades realizadoras o Rio de Janeiro cujas eliminatórias acontecerão de, 07 de junho, 14 de Junho, 21 de Junho e 27 de Setembro.
A final Nacional com os campeões estaduais acontecerá igualmente no Rio de Janeiro, dia 27 de Setembro.

OBJETIVO
Art. 2° - O R.P.B Festival – que tem como objetivos:
· Incentivar o desenvolvimento e difusão do Rap,
· revelar talentos,
· valorizar artistas, compositores e Mc’s deste gênero musical;

DATAS.
Art. 3º - As etapas do RPB Festival acontecerão nas seguintes datas:
· 2 de fevereiro - Inicio das inscrições via site. www.rappopularbrasileiro.com.br
· 12 de abril - fim da inscrição 1 de Junho.

LOCAL.
Art. 4º - Todas as etapas do Rio de Janeiro sob o Viaduto Negrão de Lima, no
Centro Cultural e Esportivo CUFA – Rua : Alfeu Farias Castros/n.º - Madureira – RJ

INSCRIÇÕES.
Art.5° - A pré-inscrição deverá ser feita pelo site do festival www.rpbfestival.com.br, de 02 (dois) de fevereiro a 1 (primeiro) de junho de 2009. Após a realização da pré-inscrição, o candidato deverá enviar, para realizar a inscrição efetiva, via Correio, o material endereçados a CUFA PRODUÇÕES : Rua Carvalho de Souza, 137-sala 111 – Madureira- RJ – CEP – 21350-180, A-C :RPB FESTIVAL Rio de Janeiro) conforme descrição:
CD - em mp3 e áudio contendo apenas a musica inscrita, ficha de inscrição – com todos os itens preenchidos. O não preenchimento de algum item implica a não conclusão da inscrição.
- Rider técnico; mapa de palco;
- Letra da musica em papel A4, fonte 12;
- Foto de divulgação - digital, com resolução mínima de 300dpis;
- Copia do RG do responsável e integrante do grupo;
- Release – documento com breve apresentação do grupo. Mínimo de uma pagina em fonte de letras tamanho 12.
- Desejável vídeo de boa qualidade para divulgação.
Art. 6 º Poderão se escrever grupos de rap de todos os gêneros

Art. 7º O limite de idade mínima para os grupos inscreverem seus integrantes é de 16 anos de idade. Caso o grupo tenha um menor de idade,
Art. 8º Não serão aceitos materiais enviadas fora do prazo estabelecido. O selo do correio será uma comprovação da data de postagem. Entrega em mãos no escritório da Cufa, somente dentro do período de inscrição.
Art. 9° Não Será cobrada taxa de inscrição.

MÚSICAS.
Art. 10° Cada grupo poderá inscrever apenas 1 (uma) músicas, respeitando os critérios de ineditismo e originalidade da mesma .
· Entendemos por INÉTIDA a música que não tenha sido gravada em discos comerciais, nem editada.
· Deverá ser mantida a originalidade, entendendo-se como tal à inexistência de plágio de composição já existente considerada tanto a parte musical quanto literária.
· Parágrafo Único - O material enviado para a produção passará a fazer parte do acervo do festival.

AUTORIZAÇÕES.
Art. 11 º No ato da inscrição todos os integrantes do grupo devem liberar seus direitos de imagem.
SELEÇÃO E APRESENTAÇÃO DOS GRUPOS.
Art. 12° - Serão selecionados pela comissão organizadora, os grupos do Rio de Janeiro para a etapa estadual do R.P.B. Festival Rio de Janeiro. A relação dos grupos selecionados, para concorrerem ao festival, estará disponível no site: http://www.rpbfestival.com.br/ , a partir...
Art. 13º - Os grupos selecionados serão divididos por sorteio em dois blocos. Cada bloco se apresentará em uma das duas eliminatórias, conforme datas constantes neste edital.
Art. 14º Os grupos classificadas deverão ser apresentadas exatamente conforme foram enviadas para o processo seletivo, não perdendo a sua originalidade do CD inscrito, que servirão de base para a triagem dos trabalhos que concorrerão ao festival

Parágrafo único – A ordem de apresentação de cada grupo será feita por sorteio.


COMISSÃO JULGADORA.
Art. 15° O Corpo de Jurados será composto por 10 (dez) membros, dentre rapers, jornalistas, literatos, produtores culturais e pessoas ligadas à arte e à cultura em geral e uma pessoa do publico.
Art. 16° - É competência do Corpo de Jurados, a escolha dos grupos finalistas e a atribuição dos prêmios, dentre os concorrentes, ficando as suas decisões definidas como inapeláveis e irrecorríveis.
Art. 17° -Os valores de pontuação, que serão utilizados pela Comissão Julgadora, será: Nota MÍNIMA - 1 (um) ponto e a nota MÁXIMA - 10 (dez) pontos.


AVALIAÇÃO.

Art. 18º - Serão avaliados através de pontuação de 1 (um) a 10 (dez) pela comissão julgadora os seguintes itens.

Letra.
Musica.
Peformance de palco.

Havendo empate o quesito de desempate será: PEFORMANCE DE PALCO.Sendo assim o grupo que empatar será avaliado a maior nota que ele recebeu no quesito “Peformance de palco”, se o empate permanecer, será avaliado o quesito MUSICA.Continuando o empate será avaliados o quesitos LETRA.


DISPOSIÇÕES GERAIS.
Art. 19° Todos os casos omissos, não previstos nesse regulamento serão resolvidos pela Comissão Organizadora.


DISPOSIÇÃO FINAL.
Art. 20°– A inscrição efetuada para concorrer ao R.P.B Festival, desde já, pressupõe a aceitação e concordância com todos os termos deste regulamento, valendo como contrato de adesão para todos os envolvidos como: autores, m’cs, d’js, backing vocal, enfim, todos os participantes do evento.

Africa : Chega de esmola!

Entrevistas




Chega de esmola

"Não acredito mais na generosidade e nos bilhões do G8. Nesta fase em que os próprios países ricos estão em plena tempestade, seria mais útil admitir os erros passados na cooperação com a África e tentar uma mudança de rota nas relações recíprocas".

Essa é dura a opinião de Aminata Traoré, ex-ministra da Cultura de Mali e há muito tempo entre as vozes emblemáticas da África em busca de resgate. Os seus livros, dentre os quais o recente "L’Africa umiliata", estão traduzidos também na Itália.

De que nasce o seu ceticismo?

Diante do G8, tenho uma impressão de "déjà vu". No entanto, muitos países africanos atravessam uma fase extremamente grave. Ainda mais do que o dinheiro, é preciso uma outra forma de cooperação. Diante da crise econômica em curso, muitos africanos não compreendem por que os países mais industrializados continuam se recusando a corrigir o seu modelo econômico. Porém, já está claro que a política de cooperação do passado provocou muitas vezes mais problemas do que os que deveria resolver.

A que a senhora se refere?

O problema não é tanto acumular ajudas velhas e novas, mas o paradigma que eles ofereceram. Como contrapartida das ajudas e em nome de uma concepção absoluta ou extremamente rígida do mercado, foi pedido que muitos Estados desmantelassem os serviços públicos e privatizassem diversos setores, favorecendo assim as multinacionais. Mas as chamadas reformas acabaram, em muitos casos, com a extensão ainda maior da miséria das pessoas.

O que a senhora denuncia, portanto, é um certo egoísmo escondido por trás da cooperação?

As ajudas à África foram vistas muito frequentemente só como um modo para proteger ou dissimular certos interesses estratégicos dos próprios países ricos. As riquezas minerais do continente continuam tentando muitos, sobretudo nestes tempos de crise. Sempre se disse aos africanos que exportar matérias-primas equivale a uma relação vencedora para todos. Mas o crescimento e a competitividade permaneceram apenas como belas palavras, enquanto as pessoas do continente repetidamente conheceram crises alimentares, em parte ligadas justamente a um modelo de desenvolvimento distorcido e orientado para servir sobretudo aos interesses dos países do Norte.

Mas muitos economistas defendem que outras vias de desenvolvimento alternativo falharam.

Acredito que a África já possui os recursos fundamentais para o seu próprio desenvolvimento. Mas as regras para que eles deem fruto não são diferentes com relação aos outros continentes. A propósito, eu combato há muito tempo a ideia de uma especificidade africana. Sobretudo, seria necessário deixar de extrair urânio, petróleo, gás, coltan [columbita-tantalita] e outros, sem que haja retornos positivos para as populações. Em outros termos, é preciso denunciar como inaceitável, também na África, o que é inaceitável em todos os outros lugares. Sem esquecer que, em nível ambiental, particularmente no Sahel, já pagamos severamente as consequências de muitos erros do modelo econômico internacional.

A presença de chefes de Estado africanos no G8 não lhe parece ser um sinal positivo?

Também no passado houve convites do gênero. Mas isso não impediu que se continuasse estigmatizando a África. O dinheiro prometido nessas cúpulas tem o sabor amargo de uma esmola que não resolve as distorções de fundo das relações entre o Norte e a África. Posso dizer que cresce na África um certo cansaço também com relação aos apelos de estrelas como Bono [Vox] ou [Bob] Geldof. Não basta choramingar sobre as vítimas, se depois não se fala das causas reais dos males, dentre os quais a renúncia dos Estados africanos à sua soberania em muitos setores. Aquilo que muitos africanos pedem hoje aos seus dirigentes é que tomem nas mãos as suas responsabilidades e que não liquidem com as riquezas nacionais em troca de um prato de lentilhas.

Autor: Daniele Zappalà. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Fonte: (Jornal Avvenire e UNISINOS)

Enquadrando Deus




Não, nunca fui submetido a abusos por parte de padres nem tive namorada que me trocou pelos Hare Krishna. Nasci e fui criado sem nenhuma religião --a qual nunca me fez falta. Embora eu tenha ascendência judaica --o que me torna um quase paradoxal caso de judeu ateu--, jamais ter frequentado a sinagoga não fez de mim um assassino ou estuprador.

As relações que travei com gente religiosa no curso da vida foram no geral muito boas. Tenho grande estima por muitas dessas pessoas.

Espero, com essas declarações, descartar as elucubrações daqueles leitores que atribuíram o caráter levemente ateu de minha coluna da semana passada a um trauma religioso ou algo parecido. Aproveito o ensejo para desculpar-me por não ter respondido a todos os e-mails que recebi, como exigiria a boa educação. O volume de mensagens gerado, entretanto, tornava a tarefa quase impossível. Pretendo hoje, no atacado, fazer o que não consegui no varejo.

Antes, porém, mais uma preliminar: não pretendi ofender ninguém com as passagens mais jocosas do texto anterior. Pessoas, de todos os credos e cores, têm o meu respeito, mas só as pessoas, não seus pensamentos. Uma ideia tola é tola não importa quem a tenha proferido. Num passado não tão longínquo, a noção de que pecadores deveriam ser queimados vivos para "salvar" suas "almas imortais" pareceu respeitável a boa parte da humanidade. Felizmente, a tese foi contestada e as ações que provocou são hoje contadas como mais um crime das religiões. Temos, portanto, excelentes motivos para questionar todas as teorias, doutrinas e sistemas que se nos apresentam. Nenhum ideia é sagrada demais para ficar ao abrigo do escrutínio da razão.

E isso nos leva a uma das questões levantadas pelo leitorado: é impossível provar que Deus não existe, de modo que o ateísmo não passa, como as religiões, de uma crença. Reconheço que não conseguimos demonstrar para além de qualquer dúvida seja a existência ou a inexistência de um ente supremo. Mas podemos levar a sérios as teses dos teólogos e, tomando-as como hipóteses científicas, estimar sua probabilidade ou pelo menos verossimilhança.

Bem, quais são as chances de uma pessoa nascer sem que sua mãe tenha mantido relações sexuais? Não são zero, mas são relativamente baixas. Ressurreição? Ainda menores. E quanto à união hipostática, isto é, um indivíduo ter ao mesmo tempo natureza humana e divina, ou, colocando em outros termos, ser simultaneamente ele mesmo e também seu pai? Supondo que isso faça algum sentido, acho que é melhor nem tentar calcular.

Passemos à escatologia. O catecismo 1.052 da Igreja Católica ensina que no dia da ressurreição as almas das pessoas mortas "na Graça de Cristo" serão novamente unidas a seus corpos. Não sou um patologista, mas parecem-me remotas as chances de reutilizar corpos mortos às vezes milhares de anos atrás. Pelo que sabemos, os átomos que compunham essas carcaças já terão se espalhado pela Terra e talvez até escapado de nossa atmosfera e viajado por onde nenhum homem jamais esteve. E o que pensar da reencarnação defendida por espíritas, hinduístas e budistas? Uma parte de nós (alma) que nem sequer é parte, porque não tem matéria, voa por aí penetrando corpos e definindo a essência de seres humanos e às vezes também de outros animais e vegetais antes mesmo de eles nascerem? Que tipo de informação pode o imaterial carregar?

Receio que nenhuma dessas ideias pare em pé senão como manifestações do tal cérebro espiritual ao qual aludi na semana passada.

Alguns leitores me perguntaram porque sempre falo de religião. Já que não creio em Deus, dizem, eu deveria calar sobre o assunto. Minhas reiteradas recaídas no tema indicariam uma vontade secreta de converter-me. "Non sequitur". Meu interesse pela matéria tem caráter sobretudo científico-antropológico. A religião é um fenômeno interessantíssimo. É a única matriz de pensamentos que leva pessoas inteligentes e normalmente racionais a agir como crianças à espera de Papai Noel na noite de 24 de dezembro. E acrescento que as chances de haver um velhote que se veste de vermelho e distribui presentes a bordo de um trenó puxado por renas voadoras parecem significativamente maiores do que as de existir uma inteligência infinita que criou o Universo e se interessa pelo destino individual de cada um dos 7 bilhões de terrestres, aos quais conhece desde criancinhas e de quem exige que não trabalhem aos sábados.

De minha parte, não tenho a pretensão nem o desejo de convencer ninguém a abandonar o seio de sua religião. Imagino que muitos estejam perfeitamente felizes onde estão. Tampouco considero todos os fiéis imbecis apenas por acreditarem. Podem até sê-lo, mas por outras razões. Ao que tudo indica, a fé religiosa tem base neurológica. Ela faria parte de uma rede de ativações neuronais que é independente das conexões do cérebro racional. Pedir para a alguém que abandone suas convicções religiosas ou espirituais não faria muito sentido. "Mutatis mutandis", seria como cobrar de uma pessoa que não sinta emoções como raiva, nojo etc. É algo que não está em seu poder fazer.

Poder-se-ia ver aí mais um argumento para eu desistir de vez de falar de religião. Ocorre que os cérebros racional e espiritual, embora independentes, podem relacionar-se. Eles, afinal, fazem parte da mesma massa encefálica. A razão por si só não vai me fazer parar de sentir medo, mas pode perfeitamente contribuir para modular esse tipo de sensação. Não vamos deixar de temer tudo, mas, com o recurso a terapias de extinção de fobia ou mesmo a drogas, podemos nos livrar de certos medos irracionais.

De modo análogo, o exame crítico das religiões pode servir para que as pessoas percebam que sua espiritualidade é algo mais genérico do que os rituais e condicionamentos de uma determinada igreja. Embora a busca pela transcendência esteja se expressando numa religião em particular, as especificidades deste ou daquele credo não são tão importantes. Pode parecer meio bobo até, mas é um ponto fundamental para que se construa uma religiosidade mais tolerante.

Não devemos, é claro, nutrir ilusões. Homens sempre se mataram e provavelmente sempre se matarão. Se não for pelo Deus para o qual se reza, será pela cor da pele, pelas ideias políticas ou sabe-se lá o quê. Mas mesmo essa tendência irrefreável à barbárie pode ser modulada pela razão. A humanidade é hoje menos violenta do que foi no passado. Quanto menos pretextos tivermos para assassinar o próximo, melhor.

Hélio Schwartsman, 44, é articulista da Folha. Bacharel em filosofia, publicou "Aquilae Titicans - O Segredo de Avicena - Uma Aventura no Afeganistão" em 2001. Escreve para a Folha Online às quintas.

E-mail: helio@folhasp.com.br
Aconteceu em
23 de julho
O corpo de um dos meninos assassinados
1993 - Dia do Massacre da Candelária
Seis PMs à paisana, agindo como grupo de extermínio, matam a tiros 7 meninos de rua que dormem em frente à Igreja da Candelária, Rio. Outras crianças testemunham o massacre, que tem ampla repercussão.

MAIS PERIPÉCIAS DO AMIGO DO MENSAGEIRO DA VERDADE


terça-feira, 21 de julho de 2009 | 5:29

No Brasil, vocês sabem, existe “observatório” para tudo. O que há de ONGs e Oscips (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) criadas para observar isso e aquilo é uma enormidade. Uma dessas Oscips é um negócio chamado Observatório de Favelas. No dia 10 de agosto de 2007, na página da entidade, encontrava-se a seguinte nota:

Aviso de adjudicação e homologação de licitação
Pregão do Convênio MTur/OF-RJ/Nº 167/2007
A Diretora Presidente do Observatório de Favelas do Rio de Janeiro - OF/RJ, através da Comissão de Licitação instituída em 20 de julho de 2007, torna pública a HOMOLOGAÇÃO efetivada no dia 10 de agosto de 2007 da Licitação executada na modalidade Pregão nº. 001/2007, declaradas como vencedoras as empresas: Avatar 2001 Produções Artísticas Ltda., CNPJ nº. 04.272.311/0001-60; R A Brandão Produções Artísticas, CNPJ nº. 05.772.756/0001-72; R A Silva Cabral Produções Artísticas, CNPJ nº. 04.983.650/0001-11; M. de A. Caldas Promoções e Eventos Ltda., CNPJ nº. 04.480.742/0001-12; e Guanumbi Promoções e Eventos Ltda., CNPJ nº. 06.536.800/0001-08.
Rio de Janeiro, 10 de agosto de 2007.
Elionalva Sousa Silva
Presidente do Observatório de Favelas/RJ

“Adjudicação”, leitor, é um termo corrente nas favelas do Brasil, mas há o risco de você não saber o que significa. Numa linguagem compreensível para as massas, quer dizer que estão sendo anunciadas as empresas que venceram uma licitação. Por que publico isso? Porque, como vocês podem ver, a R. A. Brandão e a Guanumbi, empresas do polivalente Raphael de Almeida Brandão (aquele que detém os direitos do livro de MV Bill), estão na parada. Ganharam contrato também ali. É Petrobras, é favela, é tudo! Esse rapaz não brinca em serviço.

É bonita essa coisa fraterna. Brandão detém os direitos do livro de MV Bill, que é um dos chefões da CUFA, a Central Única das Favelas - devidamente financiada, lembre-se, pela Fundação Ford, que também dá grana para aquela entidade que conseguiu expulsar os brancos de Raposa Serra do Sol (ê Brasil véio sem porteira!!!). Mas Brandão também vence licitação do Observatório de Favelas. Ele ganha tanto com “observados” quanto com “observadores”.

Quando não está fazendo sei lá o quê para MV Bill ou para o Observatório, Raphael pode estar:
- fazendo cartilha sobre meio ambiente;
- fazendo bufê em obras de terraplenagem (esta certamente deve ser a atividade mais fascinante);
- fazendo dicionário sobre personalidades históricas;
- fazendo design ecológico em produtos sociais…
- disseminado informações estatísticas e geocientíficas”;
- delimitando áreas marinhas ecologicamente sensíveis;
- cuidando da saúde suplementar.

Só na Petrobras, suas empresas já faturaram mais de R$ 8 milhões com tanto ecletismo.

Até ontem, a imprensa não tinha conseguido saber onde estavam localizados esses dois portentos - a R.A. Brandão e a Guanumbi (que está registrada como empresa de “produção teatral”). No endereço fornecido, não havia nem sombra de ambas. Deve haver alguma explicação. Sempre há.

O primeiro grande serviço prestado por Diogo Mainardi, com a sua coluna, foi ter revelado ao Brasil um novo gênio: o jovem Raphael de Almeida Brandão! Aos 27 anos, nunca ninguém acumulou tanta experiência quanto esse rapaz. É de deixar Lulinha morrendo de inveja.

Ainda bem que MV Bill afirmou em sua nota que não lhe cabe “acompanhar o relacionamento dos seus (”nossos”) fornecedores com terceiros”. É, coisa de quem tem alma de artista. Imaginem Raphael explicando para ele como se faz bufê de terraplenagem ou “design ecológico de produtos sociais”. A propósito: o que será um “produto social”? Havendo um, suponho que também exista o seu contrário: o “produto antissocial”…

O “MV” de seu nome, fico sabendo, quer dizer “Mensageiro da Verdade”. Sempre percebi que as ambições desse rapaz não eram nada modestas. Cristo foi um mensageiro da verdade. Quase sete séculos depois, surgiu Maomé. Passados outros 14, chegou MV Bill.

Por Reinaldo Azevedo

EMPRESA QUE PRESTOU SERVIÇOS À PETROBRAS E QUE DETÉM DIREITOS DA OBRA DE MV BILL GANHA DO SEU CREYSSON


terça-feira, 21 de julho de 2009 | 5:31

sey-creysson

O rapper MV Bill afirmou que não quer saber o que fazem os seus “fornecedores”. Entendo. Ainda bem, né? Ou talvez não desse à R. A. Brandão os direitos autorais de um livro seu. Nunca antes um só homem foi especialista em tanta coisa, como mostraram Diogo Mainardi na VEJA desta semana e o Globo de ontem. Antes que volte a este ponto, uma informação.

Em 2007, um Raphael de Almeida Brandão foi aprovado num concurso da Petrobras para “Administrador Júnior”. Se é o mesmo e se tomou posse, bem, isso eu não sei. Mas é um nome que dá sorte na estatal (veja PDF clicando aqui - o nome está na página 131, terceira coluna, da 36ª linha.

Voltando. Acredito que Raphael cuide muito bem dos direitos autorais de MV Bill. Nunca antes nestepaiz se viu alguém tão eclético. Como nós já vimos, suas empresas podem:
- fazer cartilha sobre meio ambiente;
- fazer bufê em obras de terraplenagem (esta certamente deve ser a atividade mais fascinante);
- fazer dicionário sobre personalidades históricas;
- fazer design ecológico em produtos sociais…

Só isso? Que nada! No Globo de ontem, ficamos sabendo de outras habilidades de Raphael. Ah, sim: as empresas também têm um probleminha de erndereço e não ficam onde declaram estar. Leiam:

Além de ter recebido R$ 3,7 milhões da Petrobras em 49 contratos no ano passado, a Guanumbi Promoções e Eventos também foi beneficiada com R$ 395,4 mil por realizar serviços em ações federais que vão da delimitação de áreas marinhas à gestão do Programa Nacional de Atividades Nucleares, passando por regulação de planos de saúde. É o que mostra a reportagem de Alessandra Duarte publicada na edição desta segunda-feira no GLOBO. O valor é a soma dos gastos diretos da Presidência da República e de oito ministérios com a empresa, entre 2004 e 2009, segundo levantamento feito pelo GLOBO no Portal da Transparência do governo federal.
No cadastro da Receita Federal, a Guanumbi tem sede no mesmo local que a R. A. Brandão Produções Artísticas, que no mesmo período recebeu R$ 48 mil de dois ministérios, e que teria recebido R$ 4,5 milhões da Petrobras em 2008: um endereço na Estrada do Guanumbi, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. É uma casa de classe média alta, onde um morador disse que não conhece a R. A. ou Raphael de Almeida Brandão (que seria dono da R. A.), e que a Guanumbi teria se mudado de lá em 2004.
Registrada na Receita como empresa de produção teatral, a Guanumbi tem um leque diversificado. Em 2006, quando recebeu R$ 71.877,24, foram R$ 7.292 na ação “Disseminação de informações estatísticas e geocientíficas” da Fundação IBGE; R$ 7,9 mil na “Delimitação das áreas marinhas ecologicamente sensíveis”, do Comando da Marinha; e R$ 29 mil no “Funcionamento de cursos de graduação” da UFRJ. Em 2007, quando ela ganhou R$ 83.887, foram R$ 1,5 mil das Indústrias Nucleares do Brasil, e R$ 15.963 da Agência Nacional de Saúde Suplementar.

Voltei
Alô, Claudio Manoel, do Casseta & Planeta! Seu Creysson, das poderosas Organizações Capivara, foi miseravelmente derrotado. Raphael é mais eclético.

MV Bill poderia cantar tudo isso num rap, não é mesmo? O título seria: “Eu agarantium”.

Por Reinaldo Azevedo